Tá chegando. A tão esperada Copa do Mundo da FIFA bate em nossas portas. A cerca de um ano e meio do maior evento esportivo do mundo, já começamos a sentir um friozinho na barriga. Expressa bem o sentimento aquela marca de cerveja que vende a imagem de que vai ser tudo lindo, que vamos pegar as gringas todas, que a festa será geral... E muito provavelmente vai ser desse jeitinho mesmo para muita gente.
A não ser para:
aquelas famílias desalojadas por conta de obras da Copa;
os menores (e maiores) que serão explorados sexualmente;
as pessoas que enfrentarão uma baderna generalizada nos aeroportos do país;
a população que espera transporte público de qualidade;
os cofres públicos (esses já vem sofrendo há algum tempo);
e, se o bom deus quiser, a seleção brasileira e seus torcedores.
Uma coisa que vem incomodando muito é o caminhão de mentiras sobre o evento que andam contando pra gente. Chama a atenção a elas o craque da Copa de 70, Tostão, que publicou hoje o atigo Duas Mentiras, na Folha. Por favor, leia!
O que eu mais quero é que o Uruguai consagre-se mais uma vez Campeão Mundial de Futebol em solo brasileiro. De preferência com os requintes de crueldade que só uma seleção uruguaia sabe impor aos canarinhos: 2x1 de virada, no finzinho da partida final, em pleno Maracanã tomado por fanáticos verde-amarelos.
Em meu próximo post vou listar alguns bons motivos para torcer para os irmãos do Sul.
Wednesday, 30 January 2013
Wednesday, 23 January 2013
Edir Macedo, o gênio do capitalismo selvagem
Edir Macedo é gênio. Escroto e mal caráter também, claro. Mas ainda assim, um gênio. Construiu um império literalmente do nada, precificando apenas a ingenuidade das pessoas. Ele consta no topo da lista dos pastores evangélicos mais ricos do Brasil. O levantamento da revista americana Forbes estima que o bispo tenha uma fortuna de 950 milhões de dólares. Além da Igreja Universal do Reino de Deus, estão entre seus principais patrimônios a TV Record, uma gravadora, um jornal etc.
Aí eu pergunto: ele está errado? Se levarmos em conta um ambiente ditado por regras capitalistas selvagens, ou seja, em que a única “lei” – ou pelo menos a mais importante – é fazer com que o mercado e, portanto, os lucros, cresçam indiscriminadamente para sempre, ele está mais do que certo. Macedão achou apenas um nicho (um baita nicho, pra falar a verdade) de almas perdidas a quem vende o sonho da salvação.
Ok. Não se trata de uma ideia original. “Outras igrejas já fazem o mesmo há milênios”, diria você.
A sacada do bispo foi procurar sua clientela justamente nos grupos dos “esquecidos por deus”, garantindo a eles que o criador guardava um lugar especial no céu a cada um dos sofredores. Depois de atender a essa freguesia, foi atraindo novos consumidores insatisfeitos com os concorrentes maiores. Em marketing, a Universal seria classificada como nova entrante. Mas a verdade hoje é que essa igreja se tornou uma grande franquia, com filiais espalhadas pelo mundo inteiro. Além disso, já se tornou benchmark para outras empresas da fé, que seguem as trilhas já capinadas por Macedo.
Sacanagem, né? Mas afinal, a indústria automobilística não faz a mesma coisa ao nos vender o sonho de nos tornarmos melhores somente pelo fato de possuirmos determinado carrão? E as fabricantes de cerveja, que colocam aquelas bundas perfeitas na TV, insinuando que iremos penetrar todas elas numa festa regada a muito álcool? Uma comparação ainda mais emblemática pode ser feita com os políticos, que nos garantem ser entidades superiores, confiáveis e, assim como deus, salvadores da humanidade. Acreditamos cegamente – ou nem tanto – em um deles, colocando fulano no poder... Depois disso, já podemos imaginar o que vem (Hadadd que o diga).
Quer ficar rico? Então faça como Edir Macedo. Não, você não precisa abrir uma igreja ou criar uma religião novinha em folha. Basta encontrar um segmento em que pessoas estejam dispostas a gastar seu rico dinheiro, procurar os desatendidos pelas grandes corporações, oferecer um atendimento descente a um preço justo a esse público, conquistar clientes insatisfeitos com os concorrentes e sempre, eu disse sempre, dizer que seu produto ou serviço é o melhor do mundo, com um custo-benefício inacreditável e que seus clientes em potencial são estúpidos de ainda viverem sem aquilo.
Assim que a empresa se estabilizar, joga na mão de deus e vai.
Aí eu pergunto: ele está errado? Se levarmos em conta um ambiente ditado por regras capitalistas selvagens, ou seja, em que a única “lei” – ou pelo menos a mais importante – é fazer com que o mercado e, portanto, os lucros, cresçam indiscriminadamente para sempre, ele está mais do que certo. Macedão achou apenas um nicho (um baita nicho, pra falar a verdade) de almas perdidas a quem vende o sonho da salvação.
Ok. Não se trata de uma ideia original. “Outras igrejas já fazem o mesmo há milênios”, diria você.
A sacada do bispo foi procurar sua clientela justamente nos grupos dos “esquecidos por deus”, garantindo a eles que o criador guardava um lugar especial no céu a cada um dos sofredores. Depois de atender a essa freguesia, foi atraindo novos consumidores insatisfeitos com os concorrentes maiores. Em marketing, a Universal seria classificada como nova entrante. Mas a verdade hoje é que essa igreja se tornou uma grande franquia, com filiais espalhadas pelo mundo inteiro. Além disso, já se tornou benchmark para outras empresas da fé, que seguem as trilhas já capinadas por Macedo.
Sacanagem, né? Mas afinal, a indústria automobilística não faz a mesma coisa ao nos vender o sonho de nos tornarmos melhores somente pelo fato de possuirmos determinado carrão? E as fabricantes de cerveja, que colocam aquelas bundas perfeitas na TV, insinuando que iremos penetrar todas elas numa festa regada a muito álcool? Uma comparação ainda mais emblemática pode ser feita com os políticos, que nos garantem ser entidades superiores, confiáveis e, assim como deus, salvadores da humanidade. Acreditamos cegamente – ou nem tanto – em um deles, colocando fulano no poder... Depois disso, já podemos imaginar o que vem (Hadadd que o diga).
Quer ficar rico? Então faça como Edir Macedo. Não, você não precisa abrir uma igreja ou criar uma religião novinha em folha. Basta encontrar um segmento em que pessoas estejam dispostas a gastar seu rico dinheiro, procurar os desatendidos pelas grandes corporações, oferecer um atendimento descente a um preço justo a esse público, conquistar clientes insatisfeitos com os concorrentes e sempre, eu disse sempre, dizer que seu produto ou serviço é o melhor do mundo, com um custo-benefício inacreditável e que seus clientes em potencial são estúpidos de ainda viverem sem aquilo.
Assim que a empresa se estabilizar, joga na mão de deus e vai.
Monday, 21 January 2013
José Mujica para presidente do Brasil
Se alguma coisa faz realmente falta ao Brasil, ela é o Uruguai. A Província Cisplatina foi incorporada ao Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarve em 1822. Na época, o covarde e ultrapassado Dom João VI via seu reino ameaçado pelas ideias antiabsolutistas que surgiam no sul.
Lamentavelmente para o Brasil - e excelentemente para os uruguaios -, essa indexação durou apenas cinco anos.
Se aquela situação geopolítica fosse mantida até os dias de hoje, o Brasil não teria perdido a Copa de 1950, cuja final foi contra o Uruguai em pleno Maracanã, e poderia ter o José Mujica como seu presidente.
A forma como o homem exerce o principal cargo político de seu país - ele foi eleito presidente em novembro de 2009 - é um tapa com luvas finas de veludo em qualquer presidentinho sem-vergonha da América do Sul (e coloco nessa lista figuras populares, como os óbvios Lula e Dilma, e o não tão óbvio Hugo Chaves que, apesar de ser aclamado pela população carente, pesa muito a mão no populismo e na banca de ditadorzinho de terceiro mundo - sem contar que a corrupção também tem pernas fortes na Venezuela). Como aponta reportagem do New York Times replicada pela Folha, em vez de se mudar para a residência presidencial de Suárez y Reyes, que conta com 42 empregados, preferiu permanecer na casa onde mora há anos com a mulher, num terreno onde cultivavam crisântemos para vender em mercados locais. Além disso, doa cerca de 90% de seu salário para projetos de habitação popular.
Em 2014, quero José Mujica para presidente do Brasil.
Lamentavelmente para o Brasil - e excelentemente para os uruguaios -, essa indexação durou apenas cinco anos.
Se aquela situação geopolítica fosse mantida até os dias de hoje, o Brasil não teria perdido a Copa de 1950, cuja final foi contra o Uruguai em pleno Maracanã, e poderia ter o José Mujica como seu presidente.
A forma como o homem exerce o principal cargo político de seu país - ele foi eleito presidente em novembro de 2009 - é um tapa com luvas finas de veludo em qualquer presidentinho sem-vergonha da América do Sul (e coloco nessa lista figuras populares, como os óbvios Lula e Dilma, e o não tão óbvio Hugo Chaves que, apesar de ser aclamado pela população carente, pesa muito a mão no populismo e na banca de ditadorzinho de terceiro mundo - sem contar que a corrupção também tem pernas fortes na Venezuela). Como aponta reportagem do New York Times replicada pela Folha, em vez de se mudar para a residência presidencial de Suárez y Reyes, que conta com 42 empregados, preferiu permanecer na casa onde mora há anos com a mulher, num terreno onde cultivavam crisântemos para vender em mercados locais. Além disso, doa cerca de 90% de seu salário para projetos de habitação popular.
Em 2014, quero José Mujica para presidente do Brasil.
Friday, 18 January 2013
Nando Reis resgata o espírito do rock no Multishow
Ontem, um amigo reclamava no FB sobre a entrevista que Nando Reis - o pior cantor do Brasil, mas merecedor de destaque por algumas de suas composições - havia dado ao canal Multishow. Não assisti, mas conforme o depoimento, o artista estava "completamente chapado". O grau de chapadês era tanto, que mal conseguia-se entender suas falas. Meu amigo, indignado que só ele, completava a reclamação com um veemente "vergonhoso" e outro irônico "belo exemplo".
Que nada, meu velho. Nando Reis foi integrante daquela que já foi a melhor banda de rock do Brasil: Titãs. O espírito do rock pede a subversão, a loucura, a ousadia, a falta de respeito, a rebeldia, a voz esgarçada, o sexo, as drogas e, claro, o rock n' roll encarnado.
Para muitos, o rock é uma válvula de escape. Para poucos guerreiros, um estilo de vida. A única coisa estranha nisso tudo é que o cara está durando muito. Que o digam Raulzito e a turma dos 27 - Jimi Hendrix, Jim Morrison e Kurt Cobain. OK, ok... Vou colocar a Amy Winehouse na lista também.
Eles mostraram um espírito preparado. Infelizmente a carne era muito fraca (em todos os sentidos)!
Que nada, meu velho. Nando Reis foi integrante daquela que já foi a melhor banda de rock do Brasil: Titãs. O espírito do rock pede a subversão, a loucura, a ousadia, a falta de respeito, a rebeldia, a voz esgarçada, o sexo, as drogas e, claro, o rock n' roll encarnado.
Para muitos, o rock é uma válvula de escape. Para poucos guerreiros, um estilo de vida. A única coisa estranha nisso tudo é que o cara está durando muito. Que o digam Raulzito e a turma dos 27 - Jimi Hendrix, Jim Morrison e Kurt Cobain. OK, ok... Vou colocar a Amy Winehouse na lista também.
Eles mostraram um espírito preparado. Infelizmente a carne era muito fraca (em todos os sentidos)!
Thursday, 17 January 2013
Jantar do PT para os mensaleiros? Só pode ser pizza. Se fosse feijoada, seria canibalismo
Viram que o PT de Brasília vai fazer um jantar para pagar multas dos mensaleiros? Veja reportagem do Estadão.
Se der certo - certamente dará -, Genoino, Dirceu e Delúbio - entre outros - não terão que botar a mão no bolso para desembolsar R$ 1,8 milhão.
Fico imaginando o que vão servir nessa festa. Um amigo apostou na pizza. Tendo a concordar com ele, já que se fosse uma feijuca seria mais um canibalismo, e aí já seria contra os princípios do partido. Se for pra comer rabo no feijão que seja o do povo que, aí sim, é de outra espécie.
E antes de terminar, peço desculpas aos porcos por mim e por Orwell.
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